Saturday, November 25, 2006


13. Crónica

Tal como prometido uma crónica a partir de uma fantasia. Já escolhi uma música para me embalar.

Estavamos no teu carro em viagem.
Adoro a cor, o cheiro e o som do teu carro. São detalhes que me animam quando me vens apanhar para me levar a sítio qualquer.

Passamos por entre uma densa cortina de árvores no meio de nenhures.

Estava a escurecer muito rápido e tudo se transformou de repente num esconderijo. Tu paraste o carro e com teu sorriso convidaste-me a ficar ali contigo. Aceitaria com muito gosto se me surpreendesse o teu convite e se fosse uma improvisação de última hora. No entanto não foi, estava tudo planeado e eu nem sempre gosto da vulgaridade dos factos.

Consegui convencer-te a ver a sombra das folhas e a iluminação artificial das ruas. Empatei algum tempo para recuperar a vontade de te tocar. Ajudou o cheiro a humidade do carro e a tua frustração. Ficaste gradualmente chateado.

Saimos dali e levaste-me a um sítio com luz e cheio de gente. Chegamos ao nosso destino, ao centro da cidade. A tua zanga irritou-me, foi primária. Como o silêncio se prolongou comecei a ansiar por um gesto teu, um avanço, que terminasse com aquele mal estar.

Com o desespero comecei a imaginar que me tocavas e cheguei mesmo a sentir o teu toque. Voltei a olhar para ti e estavas sério. Nada tinha acontecido.

Desisti e quis ir embora. Não tinhamos nada a falar e eu fingi arranjar assunto. Afinal que faziamos ali juntos, com que objectivo nos encontravamos tantas vezes?

Dirigi-me a um quiosque, e tu seguiste-me. Precisei de encontrar qualquer coisa para me distrair, uma referência. Li rapidamente os titulos dos jornais e o velho do quiosque interpelou-me. Aproximei-me dele e respondi-lhe com gentileza: “estou só a ver as revistas!”

Tu aproximaste-te comigo do balcão e subitamente levantaste-me o casaco e enfiaste-me a mão toda por dentro das calças. Corriamos o risco de ser apanhados e isso fez-me sentir bem.

A partir desse momento mantive-me numa posição propícia a que podesses usar-me de novo. Quando finalmente me voltei para trás cruzamos olhares e hipinotizamo-nos um ao outro.
“Quero mais!”, pensei, sem te dizer.

Cá fora estava a chover tanto que me deu vontade de correr. “A tua casa é perto, não é?”
A chuva ajudou a não pensar muito e a não desistir. Quando as gotas cairam com força, dos nossos corpos quentes sairam vapores.

Entramos numa porta envelhecida pelo tempo e seguimos por um corredor completamente escuro e cujas paredes eram húmidas e desagradáveis. “Não penses mais, não penses em nada”, repiti para mim mesma. Sigo com os olhos postos nos teus olhos e sem saber mais daquele espaço ou das condições deixei-me encostar às paredes.

Arrastaste-me por todo o lado e a humidade infiltrou-se na minha camisola. O frio fez-me desejar um corpo quente. “Dás-me o teu corpo?”

Conduziste-me até um quarto. Apercebi-me que nem o quarto, nem a casa te pertenciam. A casa era antiga e o quarto era de uma mulher. A cama tinha uma cobertura de cetim cor-de-rosa e motivos florais. O resto da decoração era irrelevante. O espaço tinha apenas uma grande janela por onde entrava a luz de um poste de iluminação do exterior. Esta luz permitia-nos ver apenas os nossos contornos.


Deitaste-me na cama. Vieste por cima de mim e comeste os meus seios com a boca. Eu ainda tinha a camisola vestida e senti o tecido a humedecer. Nunca tinha sentido nada assim e por isso mantive-me vestida a gozar cada pequeno toque, beliscão e torção. Sentia arrepios por todo o lado.

Toquei-te ao de leve nas costas e depois direccionei a minha mão às tuas calças para saber em que ponto estavamos. Decidi brincar mais um pouco antes de nos precipitar-nos. Tirei a camisola e deixei-me ficar com as calças de ganga e o tronco nu. Pedi que fizesses o mesmo.
Ficamos os dois a sorrir e a olhar-nos mutuamente.

“Tiras-me uma foto?”
Beijaste-me o corpo que estava descoberto e tiraste-me as calças. Comecei a tremer e tu apertaste o teu peito contra o meu. Depois beijamo-nos como só nós sabemos e tiramos o resto da roupa (sobrava pouca).

“Arranjas-me um lençol?”
Cobri-nos aos dois com qualquer tecido que estava à mão, depois virei-me com a barriga colada ao colchão e deixei-me encurralar com o teu peso. Vieste por cima de mim. Foi agradável mas não experimentei nenhum prazer. Inicialmente pouco me importei com isso.

Pensei em não te dar nenhum sinal de insatisfação porque estavas cansado e apenas fiquei ali a acariciar-te. Movida por uma vontade medonha de sentir prazer ao teu lado encostei as minhas pernas às tuas e dobrei-me para o lado contrário ao teu. Orientei uma das minhas mãos para a frente e a outra foi por trás. Movi-me entre a minha vagina e o meu clitóris e dei continuidade ao que tinhamos deixado a meio.

Quando terminei olhei para ti. Observavas-me. Estavas feliz por me ver com as faces rubras e com ar de tonta. Lembrei-me que gostaria de te ver a masturbar. Para completar a minha satisfação faltava esse momento.

“Fazes isso por mim?”
Fizeste da maneira mais bonita que eu já vi. O teu corpo contorcia-se e eu vi-te em espasmos graduais. Parecia que te ias incendiar! Quando tudo parecia terminar, senti raiva, um género de inveja por estares à frente, por teres conseguido tão bem ter prazer.

Fui até à janela e vi que a chuva tinha parado, no entanto estavamos no meio de uma tempestade e viam-se ao longe relâmpagos entre as montanhas. Inclinei-me sobre o peitoril da janela a olhar lá para fora. Era a mesma cidade que eu conhecia, mas estava a vê-la a partir de outro ângulo. Não tinha qualquer consciência do sítio onde estava.

Os relâmpagos tornaram-se mais intensos e agora ouviam-se trovões. Aproximaste-te e colocaste-te atrás de mim. A minha cabeça estava pressionada contra o vidro da janela e à minha volta cresceu uma mancha de vapor produzida pela minha respiração acelerada. Agarraste-te à minha cintura e penetraste-me por trás. Os meus pés cruzaram os teus de modo a formarmos uma unidade.

Gradualmente fui ficando paralizada e o prazer foi intenso. Nunca nada tinha sido assim tão forte. A imagem que ficou foi a da mancha na janela carimbada pelo meu cabelo e pelas nossas mãos.

12. Crónica

Estive casada quarenta anos e nunca tive prazer nenhum.

Alberto era um bom homem, sempre me tratou com carinho e afecto. Mas era outra geração, pouco dedicada aos prazeres femininos na cama.
O primeiro pénis que vi foi o de Alberto, e com ele me casei. Tivémos três filhos, única obra de Deus socialmente relacionável com aquilo que fazíamos debaixo dos lençóis na intimidade da nossa casa.
Alberto era um bom homem, honesto e trabalhador. Pouco dado a palavras e com algumas demonstrações de carinho, lá nos fomos entendendo pela vida.
Às quintas-feiras ia sempre jogar canasta com os amigos, e quando regressava a casa tocado do whisky tocava-me a mim cumprir o meu dever de boa esposa. Recordo que um dia não me apetecia, nunca gostei dos horários e do seu cheiro de álcool, mas Alberto não esteve com coisas e montou-me na mesma. Era a minha obrigação, ao fim ao cabo; ser a porta que o levava ao prazer.
Mesmo após todos aqueles anos comuns, Alberto sempre sentiu repugnância da minha menstruação. Do meu peito, gostava muito, assim como da minha parte de trás. Mas tudo o que fosse para além da neutralidade do sexo mais higiénico, a Alberto assustava.
Uma vez, nos anos setenta, pedi-lhe para me tocar. Com os dedos, como ouvi dizer que se fazia na altura. Alberto perguntou, “Para quê?”. Não lhe soube responder, tive vergonha.

Eu às vezes tocava-me. Foi só ao fim de alguns anos de casamento que descobri essas coisas que por lá existem. Na época em que Alberto esteve para fora – houve uma altura em que viajava muito, ele era muito trabalhador – às vezes vestia-me de rendas e punha colares e olhava-me achando-me bonita ao espelho. Queria tocar-me a olhar-me no reflexo, mas tinha vergonha e corava da minha ousadia, assim que me vestia e ia tratar da lida da casa antes de ir para o emprego na faculdade.

Uma vez a sair de uma aula cruzei-me com um outro professor. Ele estava muito triste e era muito esquisito, dizia-se que gostava de homens o que à época era um escândalo, não ser casado com aquela idade. Convidou-me para um chá, não era bem privar com um homem daqueles bonito e assim, mas desculpei-me a pensar que os homens maricas são como mulheres, e lá fomos as duas para o gabinete dele.
Efectivamente ele não se interessava por mulheres, tanto que me desabafou o motivo da sua tristeza, os problemas que tinha tido com o seu último parceiro. Tentei consolá-lo, anoiteceu e fomos jantar, foi muito bom e ele era muito bonito. Eu ganhei coragem para lhe perguntar da sua homossexualidade com o vinho que já levava, ele foi muito sincero e lá me explicou algumas coisas que me fizeram estremecer, e eu nunca me tinha sentido assim a tremer com uma energia esquisita e nova.

Durante algumas semanas não o voltei a ver. Passei esse tempo a relembrar como os seus olhos faiscavam enquanto falava das línguas e dos sexos e do prazer que era, quase que ganhei vontade de ser também homem para ter um prazer assim como ele contou.
Houve um dia uma festa em que o reencontrei. Ele pareceu-me um bocado tocado, a fala arrastava-se-lhe lânguidamente enquanto me passava um copo de champanhe para as mãos. Conversámos muito e passeámos pelo jardim, numa cumplicidade crescente cada vez mais próxima. Comecei a sentir as bolhinhas do champanhe a deslizarem por mim abaixo naquele encontrão que ele me deu sem querer e que me molhou todo o vestido de seda. Ele, bêbado, tentou limpar-me o vestido com um lenço, inutilmente enquanto o meu mamilo surgia no transparente e cada vez mais champanhe ensopava a minha roupa. Não percebi então se ele decidiu explorar o meu prazer ou se mais movido pela curiosidade de formas diferentes, mas certo é que continuou a tentar limpar-me o vestido com calma redobrada e eu não o enxotei enquanto a mão me descia pelo baixo ventre e me tocou num sítio que eu mais ou menos desconhecia e me deu um estremecimento como eu nunca tinha sentido. Pouco tempo depois houve um estremecimento também num arbusto e logo o meu marido apareceu, bêbado que nem um cacho, desconfiado mas não muito porque ao fim ao cabo o outro gostava era homens e eu era propriedade sua na minha íntegra.

Fomos para casa e eu a arder, felizmente o Alberto adormeceu que nem um anjinho no sofá e nem teve tempo de perceber o fogo que por ali me queimava. Nos dias seguintes achou-me estranha, nas semanas seguintes cansou-se das minhas exigências e pedidos de toques e passou a trabalhar cada vez mais, metia-lhe nojo que eu pudesse querer ter prazer e ao fim de uns meses e sem os filhos em casa acabou por pedir o divórcio e me trocar por uma espanhola que faz tudo o que ele quer e não pede nada em troca, como bem manda a tradição.

Thursday, November 23, 2006


11. Crónica

Faz em Dezembro quatro anos que fui a Marrocos.
Éramos um pequeno grupo de pessoas a viajar de carro e que se dirigia a sul com urgência de exotismo e lentidão na viagem.
Demorámos mais de uma semana até chegarmos a Gibraltar, e a partir daí ainda com mais vagar fomos ficando perdidos na paisagem.
Ao fim de alguns dias de cidade em cidade conhecemos um guia que nos propôs viajarmos até ao deserto.
Ahmad é dos homens mais bonitos que alguma vez conheci - com os seus olhos intensos e transparentes e a pele curtida pelo sol. Uma espécie de Corto Maltese versão sahariana, a emanar sexualidade e ambiguidade por todos os poros.

No dia seguinte partimos para o deserto como num road movie. Durante todo o caminho observei Ahmad pelo canto do olho – o suor cristalizado nos pêlos da barba, ou deslizando antes pela fronte. As mãos ásperas e quentes de areia. A forma peculiar como o fumo do cigarro lhe deslizava subreptilmente por entre os lábios. Ahmad intimidava-me mas atraía-me, e eu passei toda a viagem a tentar disfarçar essa tensão.

Chegámos ao deserto ao início da noite. Uma fogueira atiçou as conversas pela noite fora. Pelos acasos que se constroem, fiquei ao lado de Ahmad. Cada vez mais perto e numa intimidade crescente, o seu toque quase neutro desliza no meu braço, para pouco depois estarmos tão próximos que a temperatura do seu peito parece mais alta que o fogo de defronte.
Ahmad continua fumando, e com toda a calma do mundo vai lançando olhares inquietantes a uma das raparigas que está do outro lado da fogueira, que por sua vez me devolve esse olhar de desejo e que inicia uma troca geral de olhares lânguidos, bêbados da sexualidade crescente provocada pelo exotismo e pela diferença.

Debaixo das mantas eu e o meu companheiro de proximidade tocamos-nos nas pernas. Sinto as coxas firmes de Ahmad, adivinho-lhe a linha de pêlos do baixo ventre apertados entre as dobras das calças. Tocamos- nos durante largo tempo entre avanços e recuos que nos trepam o ritmo cardíaco até nos sentirmos com incontroláveis tremores.

Botões deslizam em ambos os lados enquanto eu já respiro o ar da sua boca e engulo a sua saliva. Ahmad cheira a homem sem artifícios e a chá de menta com molho de tâmaras, a suor selvagem com um toque feminino e ousado, que me atrai como nunca nenhum outro.
A excitação cresce a olhos vistos, entre nós e os nossos companheiros de viagem. Debaixo dos cobertores sinto não duas, mas várias mãos que me apalpam por todos os lados, homens e mulheres dedicados ao prazer em suores que escorregam entre as carnes. Há uma mão que entra pela parte de trás das minhas calças, outra pelo meu pé, outra ainda por dentro das minhas camisolas, uma boca na minha orelha e outra a lamber-me os dentes. Continuo com a minha mão em Ahmad, não o largo, ele geme e puxa-me mais para junto de si.

Wednesday, November 22, 2006



10. Crónica

Nunca gostei da minha vagina.

Cresci com ela entre as pernas e cedo descobri o prazer. Recordo um dia roubar um penso higiénico do armário da minha mãe, colocá-lo dentro das cuecas e descobrir a quente alegria que aquele volume me dava.
Recordo também, bem mais tarde, ler sobre o clitóris e a sua localização. E como essa descoberta me deu o orgasmo mais rápido e surpreendido de todo o sempre.

Apesar das alegrias da minha vagina, sempre a achei feia. É verdade que nunca a vi muito bem – e isto apesar dos espelhos, candeeiros direccionados e remoção de pêlos a que me submeti, para tentar vê-la melhor.


Também nunca gostei das minhas mamas. Todas as minhas amigas as tinham maiores, e isso parecia ser então valorizado. Não ancas, coxas, nádegas, mas mamas, espécie de Barbies de glândulas generosas.

Mas sempre gostei dos meus seios. Seios é aquilo que tenho sem interferências externas, sem ter de agradar, fora do olhar reprovador ou desejante dos demais. Seios é a minha pele macia que gosto de tocar e que com isso se arrepia, resposta com tacto a um pulso conhecido. Seios é dos dias felizes da aceitação, do seu volume na minha palma ou enquadrados dentro de um soutien reconfortante. Mamas é a vulgaridade não correspondida das imagens para homens, que na sua perfeição inatingível nos enche de defeitos.

Com as mamas e os seios lá me fui safando. Mas com a vagina, essa flor mitificada e escondida, não.

Nas revistas não há vaginas.
Dos quiosques de rua saltam mamas, mas nunca vaginas. Pernas, entreabertas ou fechadas, rabos, coxas – vaginas, não.
Sei de cor como são pilas mas não vaginas. Duvido que a maioria das pessoas saiba o que uma vagina é, ou como funciona.


Descobri a minha outra vagina por volta dos 15 anos.
M. também tinha uma vagina, e também não sabia muito bem como era. Eu já não tinha idade para brincar aos médicos, mas queria brincar aos médicos com M.; queria muito que M. visse a minha vagina, queria ver a vagina de M., e queria ver a minha vagina pelos olhos de M.

Sabia que M. tinha já bastante esperiência em vaginas alheias, e a sua experiência encorajava-me e repugnava-me. Queria que a minha vagina fosse a única de M., que tivesse um carácter distintivo e único na sua memória; que cada vez que M. pensasse abstractamente numa vagina, que logo a minha lhe viesse ao pensamento, e que quando tocasse na sua vagina, logo fosse como na minha. Era um desejo possessivo, mesmo que mais tarde mudasse de ideias. Mas os desejos não têm futuro, apenas aquecem no presente, e no presente eu apenas queria possuir M.
Ao mesmo tempo, receava que M. não gostasse da minha vagina. Que a achasse feia, pouco flor.

Não sei se realmente pensei em tudo isto na altura, ou se apenas agora lanço um olhar reflexivo à memória da minha vagina pré-M. Apenas posso assegurar o seguinte, que se passou então-


M. foi numa noite fria levar-me a casa. Eu ia contente, com a minha vagina entre as pernas, sem pensar sequer se ela era bonita, ou feia. Ela estava ali, e eu estava feliz. Tão feliz que ia sentada no carro, com as pernas sobre as minhas coxas, a mão esquerda que me subia um pouco e para dentro, numa felicidade socialmente controlada e mentalmente desvairada.
Quando chegámos, M. parou o carro. Apagou as luzes e durante breves momentos senti toda aquela escuridão à minha volta como um impulso interno sexual e inultrapassável.
M. tinha um olhar de desejo crónico, mas sei que não mexeria um dedo sem o meu encorajamento, pelo que lhe peguei na mão e a coloquei acima do meu joelho, por baixo da saia.
M. tinha umas mãos bonitas e quentes, algo andrógenas, e excepcionalmente convidativas. M. e a sua mão brincaram no meu joelho por algum tempo, logo subindo devagar pela coxa num suspiro, e voltando a descer para sairem da saia e viajarem pelo meu corpo por cima da roupa.
A mão de M. tinha a pressão certa e movia-se de acordo com o que eu sentia, respostas cada vez mais excitantes aos meus impulsos eléctricos húmidos. A mão de M. voltou a descer e entrou-me dentro da roupa, remexeu nas minhas cuecas pululantes e desceu-as devagarinho enquanto me acariciava as nádegas.
A novo suspiro meu, a mão de M. passou a ser acompanhada por toda a sua cabeça, com aquele cabelo algo angelical e lóbulos das orelhas carnudos e apetecíveis.
Naquela noite, M. olhou frente a frente a minha vagina e gostou do que viu. Murmurou-lhe num beijo que ela era linda, e em todos os beijos que se seguiram provou-lhe o quando realmente ela lhe agradava.
Às vezes eu olhava para M. e via apenas os seus olhos sequiosos de desejo e a sua boca carnuda a lamber-me os lábios e as coxas, mas a verdade é que fechei os olhos durante a maior parte do tempo, para ninguém me ver for a do carro.
M. tocou-me olhou-me e massajou-me durante algum tempo, e nos intervalos calmos aproveitou para me viajar por todo o lado. M. gostava de me dar prazer, e o prazer que me deu foi talvez o primeiro passo para o meu bom entendimento com a minha querida e preciosa vagina.

Thursday, November 16, 2006


9. Crónica

Por aqui vivem-se bons e maus momentos. Não gosto muito da cidade é muito barulhenta, suja e negra. Também pode ser do tempo, é Inverno e chove imenso. Tenho pensado muito no que nos aconteceu. Não te posso perdoar. Com a intensidade que eu vivo, ou pretendo viver, nunca podia pôr para trás das costa o facto de me teres atirado daquele penhasco. Eu compreendi tudo, fazia parte da nossa brincadeira, do nosso segredo, de certeza que tinhas combinado com alguém passar por ali para me apanhar logo de manhã cedo antes que sufocasse com o os pulmões entalados entre o volante e o banco que se tinha precipitado para a frente ou que alguma coisa, cá dentro, rebentasse e eu morresse num banho de sangue. Mas, ouve, arrastei-me para um canto e pedi ajuda, não tive vontade de te ver depois do que aconteceu. Desejei mesmo ter morrido porque sabia que te alegrarias mais se me visses ali estendida inconsciente, nem que fosse por uns segundos. Acho que até hoje nunca suspeitaste que eu te tinha visto. Eu vi-te. Estavas em casa, deitaste os teus filhos e foste para a sala ler um livro.

Vou-te contar a minha versão. Duas semanas antes estava eu em minha casa, no meu quarto, deitada completamente desprevenida. O meu quarto estava muito iluminado, deixei a persiana levantada para ver os primeiros raios de luz. Tu já estavas lá dentro do quarto e eu não senti a tua presença, nem que de repente te metias dentro da minha cama. Quando abri os olhos e te vi, saiste. Durante esse dia não pensei mais no assunto.

Um dia depois, por volta das seis, logo a seguir à recolha dos miúdos dos colégio, estacionei o carro num beco à porta de casa. Mal tirei a chave dei conta de ti através do espelho. Estiveste lá o tempo todo. Desta vez, sem pensar muito saltei para o banco de trás. Tinha imaginado cenas destas no meu dia-a-dia, exactamente iguais. Agarrei nas tuas cuecas e puxei-as com força, agarrei no teu rabo e puxei-o para mim, para o meu centro até encostar e perfeitamente articular uma bacia com a outra. Só tirei as calças de ganga até meio, ainda por cima dos joelhos. Gosto da ganga suja e que se aguenta dura mesma depois usada durante semanas a fio. Ali, sofregamente, devorei-te inconsciente de quem passava na rua. Dependia disso eu voltar a acordar no dia a seguir. Nos dias que se seguiram não pensei mais no assunto. Esqueci-me.

Três dias mais tarde (embora esquecida sou precisa nos intervalos, faz parte da minha personalidade) em eu que tinha vestido uma saia mais curta que o habitual entrei no edificio da seguradora onde trabalhava uma colega. Desci as escadas sem reparar na transparência dos degraus. Subitamente, da penumbra, apareceste no último andar mais baixo. Existiam espelhos por todo o lado e era impossivel esconder-me. Escolhi expor-me e sentei-me num dos degraus levantando a saia. Fingi apertar os cordões. Arrastei-me por uma série de degraus com subtileza à medida que retirava tudo que ocultá-se os meus dois orificios. Ainda demorei o bastante para te excitar. Quando cheguei a ti meteste-me no elevador e sem demora me penetraste de modo a eu perder a noção dos meus limites. Saimos e eu estava corada, tive a coragem de dizer ao vigilante que tinha que ligar o ar condicionado ainda com partes do meu corpo a descoberto. Corri para casa para um banho merecido antes que alguém notasse nos odores que a minha roupa e corpo traziam.

Perto do fim de semana, à noite, saí para comprar cigarros, corri até ao fim da rua para voltar de seguida. À volta cruzei-me com um rapaz muito novo, menor, que me travou o andar e me pegou na mão. Levou-me para o outro lado da rua e fez-me entrar num carro. Encontrei-te ao volante e levaste-nos para um sítio onde nem o silêncio se ouve. A vegetação era densa e magoava-me em contacto com a pele, mas não me importei, estive contigo, estive com ele, estive com os dois, estivemos até pararmos exaustos e quentes. Ficamos até arrefecermos. Tu levantaste-me e amarraste-me a uma árvore com cordas fortes e espessas. Deixaste-me ali durante o tempo para te vires mais umas quantas vezes com a ajuda do jovem. Depois desapareceram os dois. E dei com o caminho e voltei para casa. Neste momento deixou de ser possivel esquecer-te. Lembrei-me que podias aparecer a qualquer instante de detrás de um sítio qualquer. No dia a seguir a pele dos meus punhos estava dorida, manchas roxas envolviam os meus pulsos, doia-me o corpo tambem e estava constipada.

A penúltima vez, apareceste num concerto (sim, era óbvio que eu estaria lá) e perto do intervalo levaste-me lá fora junto aos taxis. Quem nos viu pensou que eramos duas pessoas a fumar um cigarro na pausa para a segunda dose de um bom espectáculo. Certamente que foi essa a ideia mas depois optamos pelo improviso e entramos num táxi vazio. Da praça de taxis os mais atrás estão vazios porque os respectivos condutores estão à frente a conversar com os outros condutores. Metemo-nos lá dentro e animadamente experimentamos a largura de um mercedes branco. No momento que me pareceu mais arriscado tentei sair mas as portas estavam trancadas. Tu saíste antes de o condutor chegar. Saiste e deixaste-me para trás. Por sorte tambem eu consegui sair e segui-te. Entraste num camarim vazio, e eu entrei de seguida. Rejeitaste-me e puxaste-me para o balcão. Eu vi todas as cadeiras a dois andares de distancia. Nunca me passou pela cabeça perguntar porquê.

A última vez, eu vi-te porque te segui. Reparei na tua casa ao passar na rua. As nossas casas eram vizinhas, foi por isso tão fácil me seguires. Eu nem sequer tinha dado conta da existência da tua casa. De fora observei-te a deitar as crianças e a ir até à sala e beijares o teu marido. Eu vi-te. Não é justo. Não é nada justo. A tua vida é monótona.

Saí em lágrimas, doia-me o coração e estava confusa. Sentia-me sozinha por pensar que os nossos momentos já se tinham extinguido. Mas não, nessa mesma noite, passaste no meu jardim, chamaste-me para descer, saímos no teu carro e corremos para um precipício. Ali, mesmo no limite…

Wednesday, November 15, 2006



8. Crónica

Toco à campainha e ouço o som da porta a abrir-se, nunca me respondes porque ninguem pode saber que é para ti, que eu sou para ti. Subo no elevador e tento nunca entrar num que já leve gente. Quando chego à porta da tua casa espero que ninguem desça as escadas. Ninguem nos pode ver. Ninguem nos espiará. Tu deves olhar sempre pela pequena lente na porta, mas não tenho a certeza. Às vezes para te testar coloco o dedo. É infantil, bem sei, mas tem piada brincar com o teu pânico. Quando abres a porta pareces um fantasma. Não te vejo, vejo os dedos a segurar a porta com receio de seres levado por uma estranha corrente. Mas tu estás sempre atrás da porta. Mal te vejo agarro-me ao teu pescoço e cobro-te com beijos em bicos de pés. Ficas envergonhado e tentas que eu “descole” de ti, mas já é tarde, já te desejo há horas. Às vezes torço-me toda, ainda com a porta aberta na esperança que alguem nos veja, que uma vizinha nos apanhe e que me considere tua namorada ou esposa ou até irmã. Era bom às vezes pertencer-te. Tu não queres isso e a maneira de me castigares é ignorares que eu estou ali. Dirijo-me a outra divisão e sento-me no sofá, ligo a televisão e espero que te sentes perto. Basta um metro, dois. Quando finalmente te sentas eu provoco-te com o olhar. Começo por olhar para ti e comunicar-te que quero ir lá para dentro, para qualquer sítio lá dentro. Levantas-te para ir buscar água. Por Deus, eu não quero água. Então ofereces-me um café. Tanto faz, se beber alguma coisa não vou saber o que é. Quero imenso ir lá dentro. Sentaste e levantas-te para pôr música. Sentaste de novo e desta vez não te vou perder e salto para cima de ti de pernas abertas e fico ali agarrada ao teu pescoço como se fosse um pilar que me salvasse de uma gigantesca corrente de água. Fico ali ancorada até tu sossegares. Depois deito-me ao comprido no teu colo. Acalmo-me, acalmo-te, sem perder de vista o meu objectivo. Vem-me à memória o teu cheiro e o meu à mistura. Levanto-me e pego-te pela mão. Levo-te e direciono-me, ainda que mal, na tua casa. O quarto é arejado e pouco quente. Começo a tirar a roupa e fico nua ao frio. Nada me excita mais que um ligeiro arrepio que venha de uma corrente de ar ou uma vontade de mijar adiada. Tu deitas-te e és muito aprumado a arrumar as calças. Dobra-as que eu vejo-te. As tuas nádegas, as tuas pernas, tudo desconhecido ou de novo ali para eu conhecer. Enfio-me na cama e procuro-te para me aquecer. Não preciso de mais nada, imagino logo que me enfias tudo de uma só vez e que com a mão me massajas o clitóris. Isso ainda não aconteceu e já aí estou. Viro-me de frente para ti e permito-te que tires o soutien como tu gostas. Deixo-te que passes os dedos pelo meio dos meus seios esfregando um pouco naquela gordura natural. Sabe bem. Eu beijo-te e esforço-me por te excitar com a língua. Tu chamas-me criança, infantil, adolescente, só porque brinco como se estivesse de novo no liceu, quando não esperava muito mais do que me vir através de um beijo valente. A minha vontade vence e tu, que agora me cobres de beijos, encontras a melhor posição para a penetração. Aí, isso. Tu sabes e eu confio. Não sinto nada do meu corpo, não sinto nada de nada, o que é bom. Quero ir mais longe e abandono-me ali, ao momento. Já vim algumas vezes e agarro-me a ti com vontade, quero recompensar-te, quero dar-te algo próximo do que me deste. Pedes-me para ter cuidado, mas eu não sei ter cuidado ou educação. Nem sei quem és. Mordo-o, como-o, enfio-o até onde me apetece. Às vezes vai ao limite do vómito. Tanto faz, desde que te dê prazer e que me abras a porta no dia a seguir. Um dia e outro dia, quero recomeçar. Já vestida, aos pés da cama, quero voltar lá para dentro. Confesso-te que acho que o transito parou lá fora e que de certeza que não estamos a perder nada. Mais vale ficar. Leva-me ao colo (só aconteceu uma vez) até à cozinha e oferece-me qualquer coisa para comer. Achas sempre que vou precisar de energia que posso ficar fraca por ter estado tanto tempo contigo. Eu subo os armários e sorvo o café amargo com pedaços de pão molhados. Está ali uma gaiola, nunca lhe mexemos. Vai ficar vazia.

Salto de um armário e fujo porta fora. Não gosto do cheiro a café velho e tenho medo de ti, não confio em nada que me dizes. Ou melhor, não confio no teu silêncio. Não sei o que queres de mim, porque me aceitas na tua casa, porque tens um sabonete seco e porque nunca tens nada no frigorifico. Detesto o teu olhar quando te vens, ficas frágil e eu insegura, penso sempre que me detestaste. Na rua há luz e eu corro para casa antes que anoiteça de vez. Não quero perder o resto do dia sem passar numa loja para apanhar uma ou outra revista. Tenho gente à minha espera.

Monday, November 13, 2006


7. Crónica

Drunk any night - Well i'm beginning to see the light

Cheguei a casa e tinha uma roldana.
Cheguei a casa bêbeda que nem um cacho - e ninguém poderá imaginar quanto tempo
tardei realmente em escrever este texto, corrigir os seus erros, e avançar com
o pensamento -
bêbeda que nem um cacho e tinha uma roldana na cozinha.

Cheguei a casa bêbeda que nem um cacho e, sem recorrer ao copy&paste, escrevi
isto três vezes.

Bêbeda e tensa e no anonimato da blogosfera, repeti-o até à exaustão, da mesma
forma que os meus ouvidos me bombardearam numa espécie de eco vazio a música da
noite as más músicas, primeiro velvet, depois, no carro a caminho de casa.

não é um vazio absoluto mas disso se aproxima - toda esta distância marcada por
ausências forçadas e orgasmos contidos que só me apetece gritar -

AIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!

como gritei no carro a caminho de casa enquanto relembrava as tuas mãos em todo
o lado no meio das lâmpadas e passagens de peões e todo o suor quente que me
marcou esta noite.
E a dificuldade

A DIFICULDADE, SENHORES!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

De manter a compostura e a tua boca fora do sítio onde hoje esteve e lhe soube
tão bem ficar.

Encontrei-te à saída da casa de banho e no meio do calor puxei-te pelo cinto das
calças. Não ofereceste qualquer tipo de resistência
fosse pelo álcool comum ou por andares há tempos a desejar-me.

Enrolámos-nos num canto com a sofreguidão mal contida de beijos engolidos e
toques suspirados das noites molhadas em separado. Era uma vontade imensa de
desejos atrasados e mútuas masturbações conseguidas eventualmente em uníssono,
durante todos os meses que se arrastaram até hoje.
O toque dos teus mamilos arrepiou os meus e condescendeu o teu nariz nos meus
cabelos aquecendo-me a orelha, o pescoço e o suor entre os seios. Prosseguimos
pelo fumo da casa de banho adentro onde nos fechámos e me levantaste o vestido
até onde deu e com a
boca me descobriste a pele os pelos e o sabor do sal da língua por onde me
deixei vir. Escorri até ti e pelo teu olhar alucinado mais surpreendido percebi
que tudo aquilo te tinha dado enorme prazer pelo que te beijei prolongadamente e
sem cuecas te devolvi as palavras
da próxima vez que me masturbar vou pensar em ti.

Sunday, November 12, 2006



6. Crónica

Era primavera. O tempo andava instável. Quase a sair
do inverno mas ainda sem cheiro de Verão.
Quando chegou a entrada da escola Maria percebeu que
tudo estava ainda demasia silencioso para o
habitual. Concluiu que era cedo demais para estar ali.
O segurança já andava la dentro a arrastar os sapatos.
Quando a viu do lado de fora, fez 'dez minutos' com os
dedos e com a boca sem se ouvir o tom da voz. Não
havia muito a fazer senão esperar dez minutos.
Sentou-se no chão com a cabeça segurada pelas mãos e
os cotovelos colados aos joelhos.
Dez minutos de paciência.
Ao longe, enquanto via os carros a passar e as pessoas
a levar as crianças a escola e a caminhar para o
trabalho, viu uma figura de rapaz que não lhe era de
todo estranha. Só de pensar que se iam cruzar dentro
de aproximadamente 30 segundos já estava a fazê-la
corar de terror, vergonha, inveja da namorada e
desejos passados. Viu a impossibilidade de futuros
lindos a frente.
Ele parou junto dela.
Ela sentada no chão e ele de pé.
Rapaz: Que estas a fazer aqui sentada?
Maria: Nada.
Rapaz: Se não estas a fazer nada... então esta bem, mas
podias estar. Eu vou para casa. Vim agora de uma
festa.
(e ainda esta com as pupilas de tamanho de alfinetes,
pensou a Maria)
Maria ficou com a impressão que ele disse espera aqui
que eu já volto mas podia ter sido outra coisa
qualquer porque ela estava demasiado hipnotizada pela
figura para dar atenção ao que ele dizia.

Maria tem a cabeça entre as mãos e os cotovelos nos
joelhos. Ainda estava sentada no mesmo lugar e o rapaz
estava de novo junto dela. Estava muito sorridente.
'Toma, leitinho!' diz o rapaz, 'e para beberes'.
Ela olha para ele, para o prato que lhe foi posto no
chão junto aos pés, mas não se mexeu porque não sabia
o que fazer.
Ele ficou sério. 'Não queres?'
'não me apetece' disse ela empurrando o prato devagar.
O leite estava a ficar cheio de pó trazido por um
ventinho suave mas que levantava poeira e folhas do
chão.
Ele abriu o fecho das calcas e mijou no prato de
leite. 'queres experimentar agora, pode ser que gostes
mais'
ela não tinha voz, a surpresa era grande demais para
dizer seja o que fosse. Sentia-se totalmente vazia de
tudo.
Ele pegou devagar no prato. 'Já sei, queres vir comio
não e?' e começou a caminhar e ela levantou-se e
caminho atraz dele. Por um portão entraram no jardim e
depois na porta da casa que estava aberta, foram pelo
corredor e chegaram a cozinha. Entraram na cozinha e o
prato foi colocado numa ponta da mesa rectangular de
madeira.
Rapaz: 'se eu fosse a ti lambia o leite como os
gatinhos'.
A Maria não reagiu porque não conseguiu, e porque não
percebia a que havia de reagir. Dentro dela havia uma
confusão de emoções em confronto. Finalmente e pela
primeira vez desde sepre este rapaz lindo, lindo não a
ignorava. Ela estava aqui na casa dele e estavam
juntos, só os dois e ele queria que ela bebesse aquilo
nojento. Teria bebido tudo se não fosse ter-se
congelado o corpo inteiro.
Ele devagar e delicada mente prendeu-lhe os braços
pelos pulsos atraz das costas. Amarrou-a com um pano
da cozinha. A Maria pensava na alegria de estar cada
vez mais próxima dele, do seu cheiro, da intesidade
que o toque da pele dele na sua. Lembrou-se por
instantes dos desmaios das damas nos filmes mudos e
pensou que em poucos instantes era provável que lhe
acontecesse o mesmo.
Ele dobrou-a sobre a mesa no lado oposto ao prato de
leite. Aproximou o prato da cara dela, calculando um
espaço mínimo entre ambos. Ele levanta-lhe a saia e
corta-lhe as cuecas pelo meio das pernas com uma faca
da cozinha. Passou-lhe de leve os dedos. A Maria
percebeu que ele sabia da satisfação e prazer que a
situação lhe dava.
Ouviu o som do fecho das calcas. Dentro dela, este som
precedia outros, sentiu algo quente dentro dela que
não lhe pertencia mas a completava. Os movimentos do
sexo dele dentro e fore do dela faziam a mesa mexer o
prato e  entornar a mistura nojenta em cima do cabelo
e na cara . Ela bebeu  pelo nariz e pela boca enquanto
respirava e pelos olhos. Ele só parou quando o prato
estava já vazio.
Parou e dasamarrou-a. Passou-lhe a mão pelos cabelos
molhados, pelo pescoço, como se ela fosse um gato. Ela
encostou a cabeça ao peito dele, delicadamente. O
rapaz saiu da cozinha e subiu as escadas. Ela ouviu
uma porta no andar de cima a fechar e o som de uma
chave a trancar. Ficou sozinha. Por instantes sentiu o
silencio e depois saiu fechando a porta entre o
corredor e o jardim sem barulho. A calma da porta
fechada atraz dela dava a impressão que nada tinha acontecido.
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