Tuesday, September 26, 2006

Friday, September 08, 2006

4. Crónica

Era início de Primavera, apesar de estarmos em Janeiro e do frio do novo ano que se anunciava nos prender as mãos de geada. Ainda era Inverno, mas toda a explosão da natureza ameaçava os nossos dias, com botões de flor em apoteose, espigas altivas e inusitantes, relvas verdes da orvalhada matinal. Acordei uma manhã inquieta, tarde para o trabalho. Vesti-me a correr, enfiando-me numa calças de ganga justas e provocantes, que ora me incomodavam, ora me iniciavam no prazer. Fiz-me à estrada, atrasada e sempre generosa no acelerador, acabei por embater num carro estacionado. Fiquei aflita – atraso, embarro, ninguém no carro, uma rua tranquila, como faço? Decido encaminhar-me para a porta da casa em frente. Toco levemente. Aguardo momentos, um homem de toalha na cintura abre a porta, e o meu clitóris dá um salto quando o vê. Fixamos o olhar longamente, sem conseguirmos articular palavra. Sem me mover, absorvo as suas pupilas que se dilatam, a boca que se entreabre, o início de uma possível respiração ofegante. Abro a boca, sem saber se me iam sair as palavras sobre o carro ou se para o beijar. Avanço. Beijo. Sinto de imediato um volume de encontro às minhas calças, enquanto os meus lábios se perdem na sua humidade matinal, uma boca ainda com sabor a café, uma pele ainda quente do banho. Enrolados nos dois, deixamos a porta fechada para trás, os meus sapatos na madeira da entrada. As suas mãos recém despertas envolvem-me as pernas e o rabo, enquanto que penso sem ter tempo para pensar que estou atrasada mas que me quero vir, que as calças me apertam e de tão quentes quase que rebentam, ou rebento eu e explodimos juntos. A toalha cai, olho a tesão do prolongamento do torso grego enquanto ele me afaga os mamilos e me desaperta primeiro a camisola, depois as calças, e me lambe desde o ombro até à costura interna das cuecas. Encosto-me à parede, numa seminudez de roupa interior remexida e fora do sítio, enquanto os seus dedos ágeis deslocam as minhas cuecas para o lado, metade enfiada entre as nádegas metade contra a coxa, e entre o suave e o excitado desenha-me linhas desde o clitóris, pelos lábios, até à entrada da vagina. Sinto os seus dedos húmidos, e agora também a sua língua dura que inicia um diálogo firme com o meu clitóris inchado de prazer. Estremeço a cada passagem, ele passa a língua por todo o lado, as minhas coxas escorregam, os seus dedos cada vez mais molhados escorregam e entram em mim, até ao momento em que escorrego pela parede e louca de prazer sento-me nele, sobre o membro erecto dele, que me penetra como se fosse uma estátua, mas quente e vibrante e confortável e excitante como só um bom homem pode ser. Os meus seios apontam para todo o lado, para o tecto, rodam nas suas mãos e nos seus lábios que cheiram a mim e aos meus. A sua mão desliza novamente até ao meu alto, toca-me, gemo e espeto-lhe as unhas nas costas, sem querer magoar mas sem me controlar, e num vaivém remexido e giratório ele grita que está se quase a vir. Fico ainda mais excitada com o seu prazer, e ele cada vez mais com o meu esfrega-me loucamente o botão, até que arfando me venho, um orgasmo relâmpago e longo, para imediatamente a seguir vir-se ele também, e caimos
fulminados como por um raio.
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